sábado, 28 de março de 2020

O FAROL PARA O CORONAVIRUS


fonte:www.lagoinha.com/artigos

A população do mundo inteiro enfrenta uma crise sem precedentes que espirra medo para todos os lados. Estamos em um furacão que ataca a saúde, a economia e a segurança das pessoas.
Este é o momento que todos se voltam para nós, cristãos, em busca de respostas rápidas e de um conforto em meio a tanta dor. A resposta não é fácil, mas existe. Podemos ser um farol em meio ao caos.
A Bíblia diz em 1 Jo 1.4 que o verdadeiro amor lança fora todo medo. Em um momento tão peculiar como este, o temor é o primeiro sentimento que bate a porta. Por certo, não há nada de anormal nisto. As incertezas são tantas, que o receio do pior passa a rondar a mente de muitos cristãos. 
Quando a Palavra determina que não há medo no amor de Deus, podemos ter a certeza de que Ele jamais nos abandonará (Is 49.15).  As aflições fazem parte da vida, mas Deus está a todo tempo cercando aqueles a quem ama. (Sl 125-1 e 2). Substitua o medo pela doce convicção de o Senhor está conosco. Ore para que a paz que excede todo entendimento esteja cravada em nossos corações.
Filipenses 4.6 e Mateus 6.31-33 tira de nossos ombros um fardo muito comum e majorado pelas circunstâncias atuais, que é a ansiedade. Alguns estão angustiados pelo medo de contrair a doença, outros também pelos impactos econômicos e sociais, pós -coronavírus, como o desemprego, por exemplo.
“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.”
“Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”
Ao meditar na palavra de Deus seu coração será encharcado da certeza de que Ele está com você e sua família. Independente do cenário, que é tão imprevisível, a preocupação e o medo não se tornarão a sua bússola.
Provérbios 15.29 e Tiago 5.16 mostra-nos o poder da oração de um justo. Deus tem prazer em ouvir aqueles que o buscam verdadeiramente.
Temos uma missão fundamental neste período: clamar a Deus pela vida das pessoas que estão com Covid-19; orar pelos profissionais de saúde; orar pelas nossas autoridades que precisam tomar decisões tão difíceis e orar pela nossa economia.
Acredito que Deus tem um propósito em tudo isto. Esteja sensível à voz Dele e convicto de que sairemos mais fortalecidos desta tempestade.

terça-feira, 3 de março de 2020

O QUE É “DUPLA HONRA” NA BÍBLIA?

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Na Bíblia, a expressão “dupla honra” significa o resultado do caráter abundante da graça restauradora de Deus. Essa expressão aparece na profecia do profeta Isaías que diz: “Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla honra; em lugar da afronta, exultareis o dobro e tereis perpétua alegria” (Isaías 61:7).
Mas esse conceito de “dupla honra” jamais deve ser interpretado fora de seu contexto. Atualmente tem sido cada vez mais comum as pessoas usarem a expressão “dupla honra” num sentido completamente estranho às Escrituras.
A profecia acerca da “dupla honra” faz parte de uma seção do livro do profeta Isaías que trata sobre a destruição de Jerusalém que haveria de acontecer, e sobre o consequente cativeiro dos judeus. Mas essa seção também traz a maravilhosa promessa de restauração após o cativeiro (Isaías 40-66). Além disso, é nessa seção que o profeta revela um retrato vívido do Messias como o Servo Sofredor (Isaías 49-57 – especialmente Isaías 52:13-53:12).
Portanto, antes de qualquer tentativa de interpretação acerca do que significa a “dupla honra” da qual Isaías fala, é preciso considerar três pontos principais. Em primeiro lugar, essa expressão aparece dentro de uma mensagem consoladora. Essa mensagem foi primariamente dirigida a um grupo de judeus refugiados numa terra estranha.
Em segundo lugar, ao mesmo tempo em que esses judeus conviviam com a expectativa de retorno à sua terra amada, eles tinham que lidar com o desânimo diante da longa viagem de volta e da desafiadora tarefa de reconstrução que tinham que desempenhar.
Em terceiro lugar, muito dessa profecia vai além de sua aplicação primária. Isso significa que ela encontra seu cumprimento pleno em Cristo e nas bênçãos da redenção providas por Ele ao Seu povo. Tendo entendido esse contexto, vejamos o significado correto do que é a dupla honra na Bíblia.

Em lugar da vergonha… Em lugar da afronta…

O capítulo 61 de Isaías começa com uma declaração que foi aplicada pelo próprio Cristo a si mesmo no Novo Testamento (Isaías 61:1,2; cf. Lucas 3:22; 4:18,19). Então obviamente isso deixa claro que o tema principal do capítulo fala sobre as boas-novas da salvação através do ministério do Messias.
O texto bíblico diz que “em lugar da vergonha, tereis dupla honra”. Na sequência imediata, ainda lemos: “em lugar da afronta, exultareis o dobro e tereis perpétua alegria”.
As expressões “em lugar da vergonha” e “em lugar da afronta” retratam as experiências dos exilados judeus na Babilônia no século 6 a.C. No cativeiro, longe de sua pátria, distante da Terra Prometida, o povo da aliança foi envergonhado e afrontado. Aqui vale lembrar que todo o processo do cativeiro serviu como julgamento de Deus por causa do pecado de Judá.
Porém, através de seus profetas o Senhor anunciou que a vergonha e a afronta não durariam para sempre. O cativeiro chegaria ao fim e o remanescente fiel seria restaurado.
Historicamente, de fato isso aconteceu, e os judeus foram honrados. Deus é fiel à sua Palavra. O Deus que conduz a História providenciou a libertação de seu povo através do decreto de um rei estrangeiro. Ele também levantou homens valorosos como NeemiasEsdras e Zorobabel para se ocuparem da restauração política e religiosa de Judá. Nesse tempo, através dos profetas Ageu, Malaquias e Zacarias, Deus corrigiu, exortou e encorajou o seu povo.
Mas toda aquela exultação da restauração após o duro exílio apontava para uma realidade ainda maior; apontava para uma bênção superior. Apesar da retomada da posse da terra e da reconstrução de Jerusalém e de seu Templo, humanamente falando ainda assim as realizações pós-exílio não podiam ser comparadas aos tempos áureos de Davi e Salomão.
Inclusive, os judeus ficaram desanimados durante a edificação do Templo, pois sabiam que o Templo de Salomão que havia sido destruído era muito mais imponente que aquele que eles estavam construindo. Então onde se encaixa a promessa de dupla honra? De exultação em dobro? De alegria perpétua?

Tereis dupla honra… Exultareis em dobro… Tereis perpétua alegria

A libertação do cativeiro babilônico e as bênçãos da restauração no período pós-exílio prefiguraram a libertação de um cativeiro inimaginavelmente pior; bem como as bênçãos de uma restauração indescritivelmente maior.
Por isso o profeta Isaías também anuncia em sua profecia o verdadeiro dia da salvação em que o povo de Deus seria liberto da servidão do pecado e desfrutaria das bênçãos sem medidas da graça restauradora de Deus. Nesse sentido é que se encaixam a dupla honra, a exultação em dobro e a alegria perpétua.
Aqui vale lembrar que no mesmo contexto da reconstrução de Jerusalém, Ageu profetizou: A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ageu 2:9).
profeta Ageu não falava do Templo do pós-exílio; nem mesmo se referia especificamente à grande reconstrução e reforma que Herodes promoveu mais tarde. Profeticamente Ageu se referia à glória de Cristo que entraria naquele último templo revelando-se como a manifestação final da presença de Deus habitando com seu povo.
Aquele último templo teve seu véu rasgado durante a crucificação de Cristo. Isso significa que o caminho do Santuário celestial foi aberto aos redimidos. Agora, os que foram feitos santos pelos méritos de Cristo têm livre acesso ao trono da graça de Deus.
Para eles, o caminho da sala do trono foi reaberto para nunca mais fechar. Isto sim é dupla honra, exultação em dobro e alegria perpétua! D. L. Moody ilustra a “dupla honra” prometida por Deus ao seu povo como sendo a filiação na família de Deus e a posse do próprio Cristo que habita no crente como Senhor e Companheiro.
Essa profecia também é escatológica e se cumprirá em toda sua plenitude no grande Dia do Senhor. Esse dia será dia de alegria perpétua para os redimidos que entrarão plenamente na bem-aventurança de Deus; mas também será dia de vingança para os ímpios que provarão o cálice final da santa ira do Senhor (cf. Isaías 61:2,3).

O que a dupla honra não é?

É verdade que por causa de seu caráter escatológico, há diferentes interpretações dessa porção do livro de Isaías que fala sobre a promessa de dupla honra. Estudiosos pré-milenistas, por exemplo, aplicam a profecia sobre a “dupla honra” de uma forma mais especial para se referir a uma porção dupla das bênçãos de Deus que Israel receberá num reino milenar.
Já os estudiosos de linha amilenista e pós-milenista, geralmente aplicam a profecia sobre a “dupla honra” como se referindo as bênçãos da salvação derramas sobre a Igreja, o verdadeiro Israel de Deus que reúne num só Corpo crentes judeus e gentios.
Seja como for, todos concordam que em hipótese alguma essa profecia de “dupla honra” se refere a uma suposta porção dupla de prosperidade e satisfação terrenas reservada a alguns crentes que se apropriam dela através de supostas “campanhas de milagres”.
Reduzir a dupla honra anunciada pelo Senhor através de Isaías a um conceito de satisfação de caprichos humanos nesta terra, é desconhecer a verdadeira promessa do Senhor. Para quem tem dúvida, o apóstolo João explica que promessa é essa. Ele escreve: “E esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna” (1 João 2:25).