fonte: Artigos - lagoinha.com
“Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não conseguimos expulsá-lo? Ele respondeu: Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum” (Marcos 9.8-30).
Deus não precisa de jejum, mas nós precisamos! Não como algo mecânico ou religioso, mas como uma atitude de fé e devoção a Deus. Disciplinas espirituais nos ajudam a ouvir mais a Deus e, ao mesmo tempo, menos ao mundo e à nossa escassez! Se você está comprometido com Deus e com Sua missão no mundo, precisa jejuar! Você já compreendeu a orientação bíblica sobre este assunto? Você tem jejuado? Seja sua resposta afirmativa ou não, a resposta revelará porque você está vencendo ou perdendo batalhas. Quando você se aplica a Deus por meio de um jejum, está dizendo que ama mais a Ele do que aquilo que foi sacrificado.
Desejo dar algumas orientações bíblicas, a fim de que cada crente participe dessa prática com convicção e discernimento, e não apenas porque isso tem se tornado um hábito em nossa comunidade.
O jejum bíblico não deve ser feito para obtenção de bens materiais e, sim, com o objetivo de desenvolver uma vida espiritual mais próxima de Deus em santidade, rendição, renúncia e adoração. Essa é a maior riqueza obtida do jejum bíblico: a intimidade com Deus, que gera santidade, que gera autoridade, e que, por sua vez, gera a conquista.
1. O que é jejum?
Por definição etimológica, jejum, do latim jejunu, é a “abstinência ou redução de alimentos em certos dias por penitência ou por preceito eclesiástico”. Também tem o sentido de abrir mão de algo que valorizamos para nos dedicarmos à oração, santificação e consagração. Jejum é dependência de Deus. É esvaziamento físico e enchimento do Espírito Santo (Js 3.5; Mt 4.4).
Todavia, em nossos dias, além do jejum de alimentos, podemos integrar a esse princípio outros tipos de jejum, como: lazer, esporte, meios de comunicação, sexo (para os casados), palavras, delícias, tanto em entregas integrais ou parciais. Em geral, o jejum está relacionado ao abrir mão de algo que se gosta, em prol da adoração e rendição sacrificial a Deus e Sua vontade.
2. Por que jejuar?
Creio que a resposta completa está na pergunta: “Por que a Bíblia registra tantos exemplos de jejum?”. Judeus e gentios jejuavam. Cristo, apóstolos e discípulos jejuavam. Por quê? Deixe que a própria Palavra fale ao seu coração. Referências do Antigo Testamento: Dt 9.9; 1Sm 31.13; Et 4.3-17; Ed 8.21; 2Cr 20.3. Referências do Novo Testamento: Mt 4.1-4; Mt 17.21; Mc 2.18-20; At 9.9; At 13.1-4; 2Co 11.27. Em todos os casos, vemos que o jejum aquieta nossa alma e nos deixa disponíveis, de forma especial, para sermos usados por Deus.
3. Quando jejuar?
Em geral, devemos jejuar para a adoração a Deus, para a santificação e para aguçar nossa percepção espiritual. E também:
• Quando desejamos bênçãos excepcionais (Ed 8.21-23): o jejum provoca uma posição mais elevada de fé, fortalece o espírito e gera autoridade no mundo espiritual (Et 4.3-17). • Quando contritos, tristes e penitentes (1Sm 7.6; Jl 2.12). • Quando desejamos maior santificação e poder espiritual (Dn 10.3; Mt 17.2; At 13.1-3). • Quando estamos alegres e gratos ao Senhor (Zc 8.18-19; Lc 4.1-4; At 13.1-3; At 14.23). • Quando confrontamos o Inimigo (Mc 9.29).
4. Como jejuar?
Jamais para exibicionismo (Mt 6.16-18), mas como uma prática constante em sua vida. Você deve ter metas e objetivos claros para o jejum. Você pode fazer do jejum um ato de compaixão, misericórdia e solidariedade (Is 58.6-7). No período que seria dedicado à refeição, consagre-se à oração, onde você estiver. Lembre-se: jejum não é regime, é uma disciplina espiritual bíblica consagrada para o Senhor.
5. Quem deve jejuar?
Toda a igreja (1Sm 7.6; Jl 1.14), grupos específicos (Et 4.16; At 13.1-3) e o cristão, individualmente (Ne 1.4; Mt 6.17; 2Co 11.27). É claro que devemos agir com bom senso. Crianças, idosos e gestantes, em especial, devem ter uma atenção redobrada e realizar um jejum sempre sob orientação médica e nutricional.
6. Qual é a duração do jejum?
Deve limitar-se às condições físico-espirituais de cada pessoa. Convém levar em conta, também, a experiência de cada um e sua situação de saúde – caso esteja em tratamento médico, o seu médico ou nutricionista devem ser consultados. A interrupção ou entrega do jejum, em especial o completo, deve ser feita com cautela, dando-se preferência nas primeiras horas aos alimentos líquidos e leves. Os que jejuam além de 12 horas devem tomar água.Devemos ser conduzidos pelo Espírito Santo, permitindo que Ele nos oriente na decisão sobre o tempo que o jejum irá durar (Mt 4.1).
7. Quais os tipos de jejum?
Nos jejuns de alimento temos o jejum total, que é a privação completa de comida e água (At 9.8-9); o jejum parcial, que se faz sem alimento, mas com água e líquidos (Mt 4.1-2) e os jejuns específicos, como o chamado “jejum de Daniel”. Alguns se referem aos jejuns específicos por esse nome, pois a Palavra diz que Daniel não comia “manjar desejável” (Dn 1.8,16). Práticas bíblicas espirituais em nossa vida pessoal nos aproximam de Deus e abençoam o Corpo de Cristo (Igreja), portanto, vamos investir nessa prática à luz das orientações bíblicas.
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