Foto: Fábio Motta - Agência Estado 
 texto: Pr Anísio Renato de Andrade (Artigos) lagoinha.com
“Ai dos que se levantam 
pela manhã e seguem a bebedice e continuam até alta noite, até que o 
vinho os esquente! E harpas e alaúdes, tamboris e gaitas, e vinho há nos
 seus banquetes; e não olham para a obra do Senhor, nem consideram as 
obras das suas mãos. Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta 
de entendimento; os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará 
de sede. Portanto, o inferno grandemente se alargou, e se abriu a sua 
boca desmesuradamente; e para lá descerão o seu esplendor, e a sua 
multidão, e a sua pompa, e os que entre eles se alegram. Então, o plebeu
 se abaterá, e o nobre se humilhará; e os olhos dos altivos se 
humilharão” (Isaías 5.11-15).
Isaías não se refere ao Carnaval, mas o texto nos mostra vários 
elementos comuns entre as festas pagãs daquela época e as atuais. O 
Carnaval apresenta muitos atrativos; inclusive, para os jovens cristãos.
 Hoje, muitas coisas são aceitas sob o pretexto de que “não tem nada a 
ver”. Precisamos tomar cuidado, pois essa festa tem sido um caminho de 
destruição para muitas vidas.
Para recebermos alguma coisa, não basta que haja beleza ou sabor. É 
preciso que saibamos a procedência. Já pensou se você estiver comendo um
 frango saboroso na casa de alguém e, de repente, souber que o mesmo 
veio de um despacho na encruzilhada. A procedência é uma informação 
importante.
A origem do Carnaval é um pouco obscura. Há quem afirme que a mesma 
esteja relacionada às homenagens à deusa Ísis no Egito, por volta do ano
 4000 a.C. Porém, é mais concreta a ligação com as festas gregas ao deus
 Dionísio em 600 a.C. e às festas romanas ao deus Baco (deus do vinho), 
chamadas bacanais. Eram festas pagãs, incluindo orgias que se faziam em 
homenagem aos deuses como agradecimento pelas colheitas. Eram realizadas
 procissões que, com o tempo, se transformaram nos desfiles que 
conhecemos.
ORIGEM   
No ano 590 d.C., o papa Gregório incorporou o Carnaval ao calendário 
das festas cristãs. Sabendo que a Quaresma é um período de quarenta dias
 de jejum e santificação entre a quarta-feira de cinzas e a páscoa, o 
Carnaval foi oficializado como uma festa que se realiza antes da 
Quaresma. Devido ao fato de que, no período seguinte, o católico não 
poderia comer carne, tudo seria consumido nos dias antecedentes, mesmo 
porque não existiam geladeiras para que pudessem guardá-la. Então, era 
uma espécie de “despedida da carne”. Em latim, a festa era chamada 
“carne vale”, que significa “adeus à carne”.
As pessoas comiam carne até vomitar e bebiam até cair. Antes da 
santificação da Quaresma, as pessoas se entregavam também à liberação 
geral dos costumes, cometendo todo tipo de pecados, principalmente 
sexuais.
Na Quarta-Feira de Cinzas, os fiéis iam à igreja católica (e muitos 
ainda vão) para receberem um pouco de cinza na testa, enquanto ouviam o 
padre dizer em latim: “Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem 
reverteris”  (Lembra-te homem, que tu és pó e ao pó voltarás).
MODIFICAÇÕES E DIVERSIDADE – Influências italianas e francesas
Com o passar do tempo, o Carnaval foi modificado e incrementado por 
contribuições de vários países, principalmente da Itália e da França. 
Jogos, brincadeiras, músicas, danças, fantasias, uso de máscaras e 
carros alegóricos foram acrescentados à festa.  Na idade média surgiu o 
costume da inversão de papéis sociais durante o Carnaval. Os nobres se 
vestiam de pobres e os pobres se vestiam de ricos. Entre os pobres era 
eleito um rei, que seria morto ao final dos festejos. Assim surgiu o rei
 momo.  Entre as inversões do período, muitos homens se vestiam de 
mulheres.
O ESTRUDO
Em Portugal, a festa recebeu o nome de estrudo. Essa palavra vem da denominação de bonecos gigantes. Durante o estrudo,
 as pessoas com boa condição financeira jogavam água com perfume umas 
nas outras. Os mais pobres jogavam água suja, urina, água com fezes, 
ovos podres, laranjas podres, restos de comida, etc. Com o passar do 
tempo, tornou-se comum a ocorrência de violência sexual durante aqueles 
dias.
CARNAVAL NO BRASIL
Os portugueses trouxeram o Carnaval para o Brasil no século 16. Aqui,
 os festejos foram incrementados com o samba, o frevo, o maracatu e, 
recentemente, com o axé e o funk.  Embora não seja uma festa 
originalmente brasileira, o Brasil o abraçou e o adotou de tal forma, 
que hoje é conhecido como “o país do Carnaval”. A festa tornou-se uma 
das principais atrações turísticas da nação, movimentando uma indústria 
milionária todos os anos.
EMBALAGEM E CONTEÚDO
Todas as mudanças no Carnaval ocorreram apenas em seus aspectos 
exteriores. A embalagem é cada vez mais bonita, mas o conteúdo continua o
 mesmo. A aparência do Carnaval é interessante, envolvendo diversão, 
alegria, beleza e arte. São qualidades reais e não vamos negar isso. 
Existem coisas bonitas e atraentes no Carnaval, mas isso não significa 
que vamos participar dele. Dinheiro roubado também tem valor, mas nem 
por isso vamos aceitá-lo, caso nos seja oferecido.  Apesar da embalagem 
maravilhosa, o conteúdo do Carnaval é podre e pecaminoso.
O Carnaval é a festa do sexo, como sempre foi. Muitos podem negar 
isso, mas por que será que o governo distribui camisinhas e faz 
propaganda de sexo seguro nesta época? Os homens participam do Carnaval 
por que gostam de dançar? Não. O período é semelhante a uma estação de 
caça. Os homens vão em busca de relacionamentos sexuais sem compromisso,
 e muitas mulheres (que querem beijar muuuuito) são as principais 
vítimas.
O LADO ESPIRITUAL
Não podemos nos esquecer que, por trás da realidade natural, está a 
realidade espiritual. Os demônios atuam de forma intensa no Carnaval, 
conforme pode ser conferido até mesmo em depoimentos de pessoas 
envolvidas com os cultos afro-brasileiros.
E qual é o saldo da festa? Depois de tanta bebida, são inúmeros os 
acidentes de trânsito, com mortos e feridos. Ocorrem também muitos 
homicídios, mortes por overdose, contração de doenças venéreas e casos 
de gravidez indesejada. No fim de tudo, a alegria se transforma em 
tristeza.
PERIGOS
O Carnaval é uma festa imprópria para o cristão. Alguns vão com o 
propósito de evangelizar. Não podemos proibir o evangelismo, mas devemos
 alertar que é um trabalho à beira do abismo. Todo cuidado é pouco. 
Alguns jovens vão com a desculpa de uma diversão inocente. Cuidado! É 
muito difícil alguém entrar no esgoto e sair sem se sujar.
Nossa alegria não depende de festas. Não devemos confundir alegria 
com felicidade e nem sexo com amor. Em Cristo está o nosso prazer e a 
nossa alegria, que não termina na Quarta-Feira de Cinzas, mas continua 
para sempre.